Muralha até contra grandes, time sofreu só dois gols em cinco partidas no estadual. Recorde pertence ao Madureira, vazado quatro vezes em 11 jogos
Dono da melhor defesa do Campeonato Carioca, com só dois gol sofridos em cinco jogos, o Bangu ainda está na briga para avançar à semifinal da Taça Guanabara. A tarefa, porém, não é nada simples: tirar três pontos de vantagem para o vice-líder Fluminense em três rodadas, e ainda superar o concorrente no saldo de gols (a diferença atual é de cinco gols). Além disso, Audax e Boavista são outros no páreo por uma vaga no Grupo B. Tudo sem confrontos diretos, já que as equipes de uma mesma chave não se enfrentam na Taça Guanabara. Mas em meio às dificuldades, um feito pode chamar ainda mais atenção do que uma suposta classificação.
Com média de 0,40 gol sofrido por partida, o Alvirrubro está perto do melhor rendimento defensivo dos últimos 19 anos do Carioca, que é de 0,36 e pertence ao Madureira, vazado quatro vezes em 11 jogos em 1994. E se comparar as duas campanhas até a 5ª rodada, que tiveram dois confrontos diante dos grandes da capital, o Bangu tem um início até melhor: enquanto o Tricolor Suburbano empatou quatro partidas e perdeu uma, a equipe de Moça Bonita somou duas vitórias, dois empates e uma derrota, sendo que a defesa passou intacta por Botafogo e Vasco.

Getúlio Vargas, Celsinho e Raphael Azevedo cercam Tenorio, do Vasco (Foto: Jorge William / Ag. O Globo)
O Bangu, que conseguiu terminar em duas oportunidades como a defesa menos vazada do Carioca - em 1980 (com 16 gols em 22 jogos, ao lado do Campo Grande e do Goytacaz) e 1966 (com oito gols em 18 jogos) - tem ainda mais dez partidas para disputar no campeonato, no mínimo. O adversário deste sábado, às 17h (de Brasília), em Moça Bonita, é o Quissamã, único time que ainda não balançou a rede neste estadual. Para o goleiro Getúlio Vargas, ex-Flamengo, superar o recorde do Madureira é difícil, mas os números dão esperança.
- Teria que passar por esses três jogos, talvez mais as finais... No melhor dos mundos a gente tem uma chance. Talvez seja o maior desafio de nossas carreiras, e sonhar é de graça. É um objetivo bem difícil, até pelo modelo do Carioca hoje em dia. Mas é possível, sim. A gente trabalha para isso. Seria um feito marcante, memorável - sonhou o arqueiro, de 30 anos.
Com passagens por clubes da Bélgica, Portugal e África do Sul, Getúlio se vê mais maduro e aponta os treinamentos de bola parada e o entrosamento do setor como o ponto forte da defesa alvirrubra.
- Eu e o (Carlos) Renan fizemos a base juntos no Flamengo, e ele e o Raphael (Azevedo) já jogam há três anos aqui. Então há esse entrosamento no miolo de zaga. E treinamos exaustivamente posicionamento, jogada aérea, marcação individual ou por zona... A gente conversa muito, procura analisar vídeos dos adversários. Contra o Vasco, por exemplo, observamos como o Dedé se movimentava na área para marcá-lo. Desde a pré-temporada, disputamos dez jogos e não sofremos nenhum gol de bola parada. Tudo está surtindo efeito - comemorou.
Na contramão da defesa, ataque deixa a desejar, mas técnico descarta retranca
Se o desempenho defensivo é o destaque da equipe, não se pode dizer o mesmo do setor ofensivo. Com só quatro gols marcados em cinco jogos, o Bangu tem o segundo pior ataque do Carioca, ao lado do Duque de Caxias e só atrás do Quissamã. Talvez amparado pelo ditado de que a melhor defesa é o ataque, o técnico Cleimar Rocha não vê com entusiasmo a chance de quebrar o recorde do Madureira, embora tenha conseguido fazer do Alvirrubro um time pouco vazado desde a Taça Rio do ano passado. O comandante descarta a ideia de jogar na retranca, mas reconhece a prioridade defensiva e explica que o elenco precisa encontrar o equilíbrio para evoluir ofensivamente.
Uma equipe organizada defensivamente não precisa fazer tantos gols para conseguir bons resultados. Fazer muitos gols é difícil para qualquer um, até para os considerados grandes. Você vê que goleadas não costumam sair com frequência. Temos que estar mais equilibrados, em organização, disponibilidade, chegar com um número maior de jogadores à frente. Temos que melhorar esse setor, finalizar mais. Com a sequência de jogos, isso começa a acontecer. Com o desgaste na parte defensiva diminuindo, a gente vai transportar isso para o ataque - apostou.
Com oito pontos, mas um jogo a menos na rodada, o Bangu está na quinta posição do Grupo B. Se golear o Quissamã e o Fluminense perder o clássico contra o Vasco, a equipe de Moça Bonita pode até terminar a rodada dentro da zona de classificação.
Na ordem Renan, Getúlio Vargas e Raphael Azevedo
Fonte: Globo Esporte
Data:
09/02/2013 10h00 - Atualizado em 09/02/2013 16h24
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